“Meu filho finge que não me escuta!” Se você se identifica com essa afirmação, saiba que não está só. Para melhorar a comunicação com os filhos, é importante compreender como acontece o seu desenvolvimento e estabelecer uma conexão com eles.
As relações familiares são construídas e lapidadas por toda a vida, por isso, buscar sempre mais informações sobre como estreitar os vínculos e melhorar o diálogo é muito benéfico. Muitas vezes, a distância não é percebida e prejudica o entendimento, o que leva ao problema mencionado.
Para lidar com essa dificuldade e aproximar a família, existem algumas ferramentas que podem ser usadas. Elas ajudam a estabelecer relações mais saudáveis e fortalecer os laços de união. Quer conhecê-las? Continue a leitura e confira!
Pratique o silêncio proativo
O silêncio proativo é uma ferramenta fundamental para os momentos de conflito e consiste em não oferecer uma resposta no momento de tensão. Sob o efeito de sentimentos como o estresse e o desapontamento — comuns em situações desafiadoras — é possível dizer coisas que você não gostaria.
Mesmo os responsáveis por uma criança ou um adolescente não têm a obrigação de deter a resposta para todas as situações imediatamente. Por isso, quando estiver no foco de tensão, o melhor caminho é silenciar, refletir e depois, racionalmente, agir.
Com isso, evita-se que em uma situação de conflito sejam ditas palavras ofensivas e que magoem os filhos, afinal, educar envolve amor, carinho e acolhimento. Portanto, identifique os momentos em que é preciso recuar para tomar decisões mais assertivas.
Ajude seu filho a construir a sua autonomia
Mesmo as crianças menores precisam construir a sua autonomia, e a família tem um papel importante nisso. É comum querer direcionar todas as ações dos filhos, porém, favorecer o seu desenvolvimento autônomo é fundamental para o seu desempenho cognitivo, além de fortalecer a relação entre vocês.
Para isso, algumas alternativas são:
- oferecer opções para que ele faça escolhas;
- perguntar a opinião dele sobre coisas diversas;
- não interferir em ações que ele consegue executar sozinho.
Da mesma forma, envolvê-lo nas tarefas domésticas é excelente para desenvolver a sua responsabilidade e o senso de colaboração.
Oriente sem tirar a liberdade
É com a família que os jovens aprendem sobre os valores e como podem lidar com os desafios do mundo. Por isso, a orientação é muito importante, porém, sem tirar deles a liberdade de fazer suas próprias escolhas, desde que estejam em segurança.
Encontrar esse equilíbrio é algo bastante delicado, especialmente quando chega a fase da adolescência. Nesse sentido, uma relação baseada no respeito é muito importante. Se você demonstra confiança no seu filho, em vez de controlar suas ações, ele terá mais chances de se abrir com você e ser receptivo aos seus conselhos.
Tenha em mente que as correções que você faz precisam ser construtivas, ou seja, devem mostrar as possibilidades de melhores comportamentos. Por isso, conversar sobre as consequências das escolhas é um bom caminho para fortalecer o vínculo de confiança.
Fale dos seus sentimentos
Os filhos precisam admirar e confiar nos adultos também. Por isso, é importante reconhecer as próprias limitações e falar sobre os seus sentimentos. A criação de relações saudáveis em família envolve honestidade sobre aquilo que se sente, afinal, os adultos também são humanos e vivenciam medo, raiva, tristeza, frustração etc.
Nessa construção diária de pontes com os filhos, ser franco sobre os sentimentos ajuda a fortalecer o afeto. Com isso, os jovens demonstrarão respeito pela família, em vez de se preocuparem apenas com a punição que virá por conta dos comportamentos.
Assim, quando pensar “meu filho finge que não me escuta”, preste atenção na forma como você se comunica com ele. Nesse sentido, falar com carinho e empatia é melhor do que dizer frases prejudiciais, gritar e se impor. Compreenda as suas limitações e, como mencionamos, saiba também os momentos de ficar em silêncio e refletir antes da ação.
Veja se existe algum problema preexistente
Nem sempre o problema está na relação. É possível que a criança ou o adolescente esteja passando por alguma situação de estresse como: privação de sono, mudanças na rotina, dificuldades na escola, desafios psicológicos, entre outros.
Dessa forma, é preciso verificar se seu filho tem algum problema preexistente que precise de cuidados específicos. Nesses casos, buscar acompanhamento psicológico é importante, pois ajuda no crescimento saudável, com equilíbrio e inteligência emocional.
A recomendação é sempre praticar a escuta para saber quais são as dificuldades do jovem. Dê espaço para que ele fale sobre si, sobre a sua rotina e acolha os seus problemas. Procure não diminuir o que ele sente ou minimizar os desafios que ele vivencia.
Assim, é possível estabelecer a confiança e a cumplicidade, que permitem identificar quando houver alguma situação que mereça cuidados específicos.
Estimule a autoestima
Ao tentar resgatar o seu filho no momento de um erro, é importante mostrar que ele é melhor do que a falha e que pode ter comportamentos mais saudáveis. Focar apenas nas condutas dele que desagradam cria mais distância na relação e faz com que ele não se sinta importante o suficiente para buscar melhorar.
É válido destacar que vivemos um momento de cobranças intensas e de necessidade de sempre apresentar melhores resultados, por isso, o acolhimento da família é fundamental. O importante é encorajar os filhos a buscarem a construção do amor-próprio para lidarem bem com os desafios do mundo.
Do mesmo modo, isso interfere na relação com a família, afinal, quando os jovens desenvolvem a autoestima formam a base necessária para repensarem seus comportamentos. Caso contrário, há um risco de que aquilo que os adultos falam não seja absorvido, pois eles não se sentem bons o suficiente para apresentarem respostas melhores.
Em suma, quando pensar: “meu filho finge que não me escuta”, procure as causas dessa dificuldade de comunicação e quais ferramentas podem ser usadas para lidar com isso. Assim, é possível encontrar caminhos para melhorar as relações familiares e promover o desenvolvimento pleno dos jovens.
Fonte: Escola da Inteligência.